Jesus – um indescritível presente

Jesus – um indescritível presente

Estamos bem próximos da Páscoa, e estamos refletindo sobre os dias de sofrimento que antecederam a ressurreição de Jesus.

 

– Hoje veremos mais um pouco sobre Jesus no Getsêmani e sua profunda agonia. Como ele suportou e se preparou para ser o substituto em nosso lugar.

Jesus – um indescritível presente

Em sua Mensagem Spurgeon escreveu: “Jesus e Teus desconhecidos sofrimentos” é uma notável expressão ; pois há uma câmara interna em Sua aflição, isolada do conhecimento e companheirismo humanos. Não foi aqui que Cristo foi mais do que nunca um “Indescritível presente” para nós?

Uma vez que não seja possível para nenhum crente, por mais experimentado que seja, saber por ele mesmo tudo o que nosso Senhor suportou no lugar de prensa de azeite. Isto é claramente muito além da capacidade do pregador em expressá-lo a vocês. O próprio Jesus deve dar-lhes acesso às maravilhas do Getsêmani: quanto a mim, posso apenas convidá-los a entrar no jardim, pedindo a vocês que tirem as sandálias dos pés, porque o lugar em que estamos é terra santa.

1. Entrando na terra santa do Getsêmani

Eu tenho escutado os gemidos profundos do Homem de dores. Alguns de vocês, meus veneráveis amigos, devem ter aprendido bem mais do que eu; mas vocês não se recusarão a ouvir novamente o ruído das muitas águas que se esforçaram para [tentar] apagar o Amor do Grandioso Esposo das nossas almas [Ezequiel 1:24].

As emoções daquela dolorosa noite são expressas através de muitas palavras na Escritura. João O descreve como dizendo quatro dias antes da Sua Paixão, “Agora está minha alma perturbada” enquanto advertia sobre o ajuntamento de nuvens Ele quase não sabia onde entregar-se e clamou “E que direi eu?” [João 12: 27]. Mateus escreveu sobre Ele, “ele começou a entristecer-se e a angustiar-se muito”. [Mateus 26:37].

2. Nenhuma brecha para o consolo penetrar

Sobre a palavra ademonein traduzida como “angustiar-se muito”, Goodwin comenta que havia uma desorientação na agonia do Salvador, pois em sua origem a palavra significa “separado do povo – homens confusos, tornando-se separados da humanidade”. Que pensamento, meus irmãos, que nosso Bendito Senhor tenha sido levado ao limite máximo da desorientação pela intensidade de Sua angústia. Mateus apresenta o próprio Salvador dizendo “A minha alma está cheia de tristeza, até a morte”. [Mateus 26:38]. Aqui a palavra Perilupos significa envolvido, cercado, sobrecarregado de dor. “Ele foi submergido completamente (até a cabeça e orelhas) em sofrimento e não tinha como desafogar-se,” é a forte expressão de Goodwin.

O pecado não deixa nenhuma brecha pela qual possa entrar o consolo, e, portanto, quem carrega o pecado deve estar inteiramente imerso em dor. Marcos registra que Ele começou a ter pavor, e a angustiar-se [Marcos 14:33]. Neste caso thambeisthai, com o prefixo ek, demonstra assombro ao extremo, como aquele de Moisés quando sentiu grande temor e tremor. Ó bendito Salvador, como nós podemos suportar pensar em Ti como um homem assombrado e temeroso! Todavia, foi assim quando os terrores de Deus se dispuseram em batalha contra Ti.

3. Uma miséria incomparável

Lucas usou a forte linguagem do meu texto – “e posto em agonia”. [Lucas 22:44]. Estas expressões, as quais cada uma é digna de ser tema de um sermão, são quase suficientes para expressar que a aflição do Salvador era de um caráter sumamente extraordinário justificando bem a exclamação profética “Atendei, e vede, se há dor como a minha dor, que veio sobre mim”. [Lamentações 1:12]. Ele permaneceu ante a nós em miséria incomparável. Ninguém foi tão afligido pelos poderes das trevas quanto Ele; é como se os poderes do inferno tivessem dado o comando às suas legiões: “Não pelejem nem contra pequenos nem contra grandes, mas somente contra o próprio Rei de Israel”.

Se professássemos compreender todas as causas das agonias de nosso Senhor, a sabedoria nos repreenderia com o questionamento “Entraste tu até as origens do mar, ou passeaste no mais profundo do abismo?” [Jó 38:16]. Não podemos fazer mais do que olhar as causas reveladas do sofrimento. Surgiu, em parte, do horror de sua alma quando compreendeu plenamente o significado do pecado. Irmãos, quando vocês foram primeiramente convencidos do pecado e o viram como algo extremamente pecaminoso, embora sua compreensão de pecaminosidade fosse apenas débil comparada com sua real atrocidade, ainda assim o terror apoderou-se de vocês. Lembram-se daquelas noites de insônia? Como o salmista, você disse: “envelheceram os meus ossos pelo meu bramido em todo o dia.

4. A influência destruidora do pecado sobre a humanidade

Ele teve a mais nítida percepção do traiçoeiro assalto sobre seu Deus, de Seu ódio homicida contra sua própria pessoa, e influência destruidora do pecado sobre a humanidade. Seria esperado que o terror se apoderasse dEle, pois uma visão do pecado deve ser de longe mais aterrorizante do que uma visão do inferno, o qual é apenas a sua prole.

Outra profunda fonte de dor é encontrada no fato de que Cristo agora assumiu mais plenamente Sua posição oficial em relação ao pecado. Ele agora foi feito pecado. Ouça a palavra! Ele, que não conheceu o pecado, foi feito pecado por nós, para que fôssemos feitos justiça de Deus nEle. Naquela noite as palavras de Isaías foram cumpridas – “O SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos”. [Isaías 53:6]. Agora Ele ficou como quem leva o pecado, o substituto aceito pela Justiça Divina para suportar a plenitude da ira Divina a qual nós nunca poderíamos suportar.

Ele tinha aceitado isto voluntariamente de modo a salvar os Seus escolhidos, o que deve ter sentido a Sua alma, como Sua natureza perfeita deve ter sido escandalizada com tão estreita associação com a iniquidade?

Uma nítida visão de toda a vergonha e sofrimento de Sua crucificação

Nós acreditamos que neste momento, nosso Senhor teve uma nítida visão de toda a vergonha e sofrimento de Sua crucificação. A agonia foi apenas uma das primeiras gotas do tremendo aguaceiro que foi descarregado sobre a Sua cabeça. Ele previu a chegada apressada do discípulo traidor, a captura pelos soldados, juízos simulados ante ao Sinédrio, Pilatos e Herodes, os açoites e golpes, a coroa de espinhos, a vergonha, a cuspida.

Tudo isto veio a Sua mente, e, como está é uma lei geral de nossa natureza, que a visão antecipada de julgamento é mais penosa do que o julgamento em si, podemos conceber como foi que Ele que não respondeu nenhuma só palavra quando em meio ao conflito, não pôde conter a si mesmo de intenso choro e lágrimas na expectativa do julgamento. Amados amigos, se vocês pudessem reviver ante o olho de suas mentes os terríveis incidentes de Sua morte a perseguição pelas ruas de Jerusalém, a crucificação, a febre, a sede, e, acima de tudo, o desamparo do Seu Deus, vocês não poderiam surpreender-se que Ele começou a angustiar-se, e ficou muito entristecido.

Mas possivelmente uma raiz de amargura ainda mais frutífera era esta – que agora o Seu Pai começara a retirar a Sua presença dEle. A sombra deste grande eclipse começou a cair sobre Seu espírito quando Ele ajoelhou-se naquela fria meia-noite entre as olivas do Getsêmani.

O sensível consolo que alegrava o Seu espírito foi retirado; A bendita aplicação da promessa que Cristo Jesus necessitava como homem foi removida, tudo o que entendemos pelo termo “consolações de Deus” foi ocultado de Seus olhos. Ele foi deixado sozinho em Sua fraqueza para lutar pela libertação do homem.”

Jesus lutou e venceu, por mim e por você. Se tornou assim o presente da salvação para todos os que crêem.

Hoje o seu convite ressoa em todo o mundo!

“Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados e eu os aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para vossas almas”

(Mateus 11:28-30)

 

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